POEMA LIVRE NOV-2011

O Carvão e o Diamante

Meu sentimento é eterno...

É como cair num abismo...

que nunca chego ao fim...

as correntes que me prendem são

fortes demais...

porque quando te vi meus olhos viram

um oceano em meio ao deserto...

queria a sua fonte...

queria correr e afundar...

chegar ao centro do coração...

quem sabe tocar sua alma...

eu queria me perder no seu labirinto...

aquecer na sua fogueira flamejante...

mais só sinto o gelo da realidade...

mil cobertores não me aquecem...

nem a ambrósia satisfaz minha fome...

pois existe um vazio imenso dentro de mim...

Mais teu corpo é como espada...

corta sem sangrar...

e depois você sente a morte...

a doce e suave mão do anjo...

talvez o barco do paraíso...

navegue suas águas...

mais está lotado para humanos...

somente os seres de asa tem o ticket...

nem os aviões criados pelos homens

alcançam sua altura...

falta ar...

falta humildade...

ou simplesmente

possibilidades...

talvez a chave pra minha cela

seja de ouro...

bonita, mais frágil...

preciso de carvão para

quebrar o vidro da areia derretida...

pois diamante é apenas um pedaço

de carvão teimoso...

e eu sou teimoso!

JAMAR SOARES MUNIZ. NOV-2011