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terça-feira, 6 de agosto de 2013

BURKA AVENGER

Super-heroína paquistanesa "Burka Avenger" quer conquistar o mundo





Uma nova super-heroína paquistanesa que luta contra vilões disfarçada com uma burca preta está pronta para ser exibida no mundo inteiro, contou à AFP seu criador, que tem planos de exibir o desenho em cerca de 60 países.

A animação "Burka Avenger" ("A vingadora de burca", em tradução livre) mostra as aventuras de uma professora que usa seus superpoderes para lutar contra bandidos locais que tentam fechar a escola das meninas, onde ela trabalha. A atração chegou às TVs paquistanesas no mês passado.

O programa, que mistura comédia e ação, faz parte da expressão do sentimento de contestação em um país onde os militantes do Talibã têm impedido milhares de meninas de irem à escola no noroeste do país e atacado os ativistas que lutam pela sua educação.




O homem por trás de "Burka Avenger", a estrela pop Haroon Rashid, se disse supreendido pela resposta que obteve.

"A recepção tem sido absolutamente fenomenal, além das nossas expectativas. Nós estávamos produzindo este seriado de TV sem muita empolgação para o Paquistão, mas parece que o mundo inteiro quer saber mais sobre a 'Avenger Burka'", contou.

Uma distribuídora de TV da Europa já demonstrou interesse e tem mantido contato para traduzir o desenho para 18 idiomas, incluindo inglês e francês, e assim exibir a atração em 60 países, acrescentou Rashid.




A questão da educação das meninas no noroeste do Paquistão - região marcada por militantes radicais - chegou às manchetes mundiais em outubro de 2012, quando talibãs atiraram em uma adolescente ativista, Malala Yousafzai.

Malala, que luta pelo direito das meninas de ir à escola, sobreviveu ao ataque e, no mês passado, fez um forte discurso na ONU, em Nova York.

Rashid disse que Malala é uma "super-heroína da vida real" por sua coragem, e contou que o ataque aconteceu enquanto o episódio inicial de "Burka Avenger" estava sendo preparado.

"Ficamos todos atordoados porque estávamos trabalhando exatamente na mesma história: uma menina que enfrenta um vilão que havia tentado fechar sua escola", disse ele.

"Eu nunca tinha ouvido falar de Malala antes disso - foi como se a vida estivesse imitando o que estava na nossa tela enquanto desenvolvíamos o programa".

Quase metade de todas as crianças do Paquistão e aproximadamente três quartos das meninas não estão matriculadas na escola primária, de acordo com a ONU e as estatísticas do governo publicadas no ano passado.

Jiya, a professora e protagonista do desenho animado, se transforma em uma heroína de ação que usa uma burca e esbanja suas habilidades em artes marciais para lutar contra "a ignorância e a tirania" na aldeia fictícia de Halwapur.




Armada apenas com livros e canetas, ela enfrenta o perverso Baba Bandook e seus capangas, como Vadero Pajero - um político corrupto, bastante familiar para os adultos paquistaneses.

O programa tem causado um debate acalorado na imprensa de língua inglesa do Paquistão, que se questiona se a escolha do disfarce de Jiya é um sinal de fortalecimento ou promove algo usado para oprimir as mulheres.

Mas Yousaf Ejaz, diretor artístico do show, disse que a inspiração veio de sua infância. "Eu era um grande fã do Batman e minha avó tinha uma burca. Quando ela saía, eu pegava sua burca e fingia que era o Batman, gritando: 'Eu sou o Batman, olha para mim'", contou ele.


BOL



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