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quinta-feira, 1 de março de 2012

POEMA LIVRE 03/2012




EM BRANCO E PRETO

E toda manhã é assim...
o Sol está de rachar...
um calor como um braseiro...
eu não escuto tua voz...
eu te vejo como um fantasma...
passa através de mim...
um arrepio...
uma cama ...
um chão...
eu quero mais...
mais do que tenho...
pois o pouco as vezes não é o muito...
e a bateria acaba...
como um celular morto...
uma viagem ao começo e ao fim de tudo...
como uma estrada de terra batida...
não vejo poeira nem pedras...
mais caio num buraco...
um buraco invisível...
me vejo voando...
a cabeça pesada...
e aumento a dose da carga...
assim alivio meu corpo...
como um saco cheio de areia que se fura...
deixo rastros...
quebro arbustos...
quebro minha cara...
eu te vejo como um anjo...
voa perto de mim...
mais vira nuvem...
as vezes leve, alva
as vezes negra, pesada...
e toda manhã é assim
um filme mudo...
em branco e preto...


JAMAR SOARES MUNIZ 2012



Um comentário:

  1. Um poema muito bonito!
    Expressivo e que nos leva a voar na imaginação!

    Um abraço carinhoso

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