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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CRÔNICAS DE JONAS MUNIZ




Trabalho social ao velho rural, porém sabedoria idosa não implica moral

By Jonas  Muniz

Estava andando em direção a casa de um amigo por volta das 3 horas da tarde de uma terça-feira com o compromisso de finalizar um trabalho extra classe, quando no  caminho encontrei um senhor parado ao lado de seu fusca, logo ele me abortou e disse:-Rapaz, você poderia buscar gasolina pra mim ali no posto perto do cemitério? esticando as mãos que portavam um litro descartável e notas amassadas de dois reais, eu educamente porém desconfiado recolhi o dinheiro de suas mãos enrugadas e fui em direção ao posto, quando estava em uma distância razoável ele me gritou:-Coloca oitos reais de normal! me virei e confirmei com um gesto depois rapidamente desci a visão para as notas e percebi que havia dez reais trocados, então constatei que tratava-se de um comerciante informal e as caixas com verduras no banco de trás do velho fusca sem combustivel não me deixava outra forma de pensar, continuei minha caminhada e resolvi passar na casa de meu amigo pra lhe informar do atraso, acelerei o passo e cheguei ao local em um pequeno estado de exaustão, chegando me deparei com outro amigo que tambem estava se aproximando para o término do trabalho, espantado ele me questionou: Oque você faz com esse litro nas mãos? e esse dinheiro de "bêbado"? - ignorei tal indagação porque estava ofegante e queria acabar logo com essa responsabilidade, depois de poucos segundos recuperado expliquei a situação ao grupo e fui concluir objetivo urbano no qual estava engajado, na saída, meu amigo anfitrião fez a seguinte proposta:-Vai de "Bike" pra não se atrasar. eu como "zumbi" adolescente que sou não recusei tal vantagem sobre rodas, fiz a montaria destranbelhada com o litro em punho e parti sucintamente em direção ao posto de combustivel, chegando, rápido por sinal, falei com o frentista sobre a quantidade que deveria colocar, fiz o pagamento e sai agora mais rápido em direção ao meu objetivo final, dessa vez ainda mais complexo pelo fato do litro fazer com que minha energia potencial gravitacional aumentasse e me deixasse muito próximo de uma queda eminente, aos trancos e barrancos consegui atingir o final de minha missão social, só que ao me aproximar do local percebi algo estranho o fusca estava lá, só não estava o seu motorista, parei com a bicicleta no passeio e procurei visualmente em todos cantos possíveis só que não havia sinal do velho rural, por alguns minutos pensei em abandonar o local e levar o combustível que tinha comprado. Um segundo antes de minha decisão ser tomada consegui visualizar a silhueta do senhor desaparecido próximo a igreja universal, estava consigo duas caixas com alfaces que o senhor envergado carregava bravamente, chegando próximo a mim comentei sobre seu desaparecimento e ele disse:-Fui ali buscar umas alfaces enquanto você não vinha. Isso era óbvio, mas não quis ser indelicado, entreguei a ele o litro descartável e  o troco, naquele momento ele me pergunto:-Quanto é o serviço? eu não estava ali pra extorquir ninguem, então apenas disse que não era nada, dei-lhe um sorriso virei as costas e comecei a pedalar vagarosamente, chegando à cerca de 50m de distância olhei atrás e percebi que ele guardou o litro tão comentado no banco de atrás, ligou o motor e saiu andando normalmente sem fazer o reabastecimento, simplesmente fiquei quieto e voltei para meu destino inicial.


Jonas Muniz é estudante do terceiro ano do ensino médio





Um comentário:

  1. KKKKKKKK Muito, muito, muito bom... Realmente o título do post se aplica à situação...

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