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quinta-feira, 19 de maio de 2011
A IMPORTÂNCIA DO LINUX
A importância do Software proprietário em Linux
Ser um adepto do Open Source e, ao mesmo tempo, defendendo o uso de software proprietário em Linux. explicar neste post por que razão acho que não estou a ser inconsistente ao defender esta posição.
Embora admire a coerência do pessoas na sua decisão de usar apenas Software Livre/Aberto, seja quais forem as consequências – não poder ver alguns vídeos excelentes que aqui coloco, por exemplo -, eu tenho uma posição mais descontraída e admito como natural que outras pessoas possam ver a coerência como teimosia um tanto… stallmaníaca.
Não me parece que a luta daqueles que desejam livrar-se do Windows de vez (eu, por exemplo) passe por impor a filosofia do Software Livre como se precisámos de enfiar na goela dos outros mais uma colher de sopa – sabe mal mas faz-te bem! O objectivo deve ser fortalecer os meios através dos quais essa visão de um mundo livre do monopólio da Microsoft poderá florescer na consciência das pessoas. O Software Livre deve ser visto como um direito natural e não o privilégio de uma elite filosoficamente iluminada. E isso só acontecerá se formos cada vez mais pessoas a utilizar sistemas alternativos baseados em Linux.
Uma atitude irredutível à Richard Stallman é admirável por estarmos perante um tipo que não recua perante as suas convicções, mas quando se trata de combater a Microsoft precisamos de um bocadinho mais do que isso: é necessário primeiro dar tempo às pessoas de ganhar experiência e maturidade e aprender coisas tão simples como a diferença entre enviar um documento em formato .docx e em .rtf. O Windows até esconde por omissão os ficheiros com extensões conhecidas…
Lembrem-se que aquilo funciona na presunção de que os utilizadores normais são burros e o Linux parte do princípio de que os utilizadores normais são pessoas inteligentes. Só esta é uma mudança vertiginosa, portanto mais vale ter um bocadinho de calma com as filosofias e princípios de vida diante de um usuario que ao princípio só quer ter os MP3s a funcionar em condições.
Vou dar um exemplo: imaginem que quero convencer alguém sobre as maravilhas do Ubuntu (falo no Ubuntu por ser a única distribuição que conheço bem). Se ele tiver investido em duas placas ATI a funcionar em modo SLI oops Crossfire, não estarei a ajudá-lo a livrar-se do Windows se lhe disser que deve instalar os drivers livres porque os da ATI são proprietários e fechados. Esta opção pelo Software Livre será difícil de defender sobretudo quando o nosso amigo descobrir que os controladores da comunidade têm um fraco suporte 3D – ao contrário da versão da ATI. Como se já não bastasse a conversa do costume sobre «não haver jogos em Linux»…
Não vale a pena dar uma palestra sobre as maravilhas do Open Source se o tipo já está a pensar Pois, isso é tudo muito bonito mas o que eu quero é que as coisas funcionem bem – como no Windows. Eis a luta: demonstrar aos novos utilizadores que o Linux é como o Windows e, depois, mais tarde, explicar-lhes por que razão não é como o Windows. Se insistirmos em falar de drivers proprietários como entidades demoníacas estaremos a empurrar as pessoas de volta para a mediocridade. O fanatismo religioso é responsável por quase todos os males deste mundo, não vejo qual é a utilidade de trazermos essa intransigência cega para o Linux.
Eu uso drivers proprietários no meu computador. Resultado: o Linux ganhou mais um utilizador e o Windows ficou com a perca. Quando formos em número suficiente, daqui a alguns meses ou anos, o tempo que for preciso, poderemos então pensar em dizer a todas as ATI deste mundo: não acham que é altura de abrir os drivers aos vossos milhões de clientes que usam um sistema operativo livre?
Marco em Cenas Geek
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HARDWARE E INFORMÁTICA
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